terça-feira, 23 de junho de 2015

Educação para a fé

Quando falamos sobre o nível da educação em nosso país pensamos apenas em questões profissionais, econômicas, etc. Infelizmente nossa educação não se resume a esses pontos. Hoje, as pessoas tem creem em diversas coisas, mas não conseguem perceber que muitas vezes acreditam em coisas contraditórias. E não me refiro a pessoas que são de determinado credo religioso, mas que apreciam outras religiões, falo de "cristãos" que desconhecem a mensagem do evangelho.

Segundo pesquisa do Instituto LifeWay Research, apenas 19% dos cristãos leem a Bíblia diariamente. Outra pesquisa, da Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero-Americana, diz que metade dos pastores nunca leu a Bíblia por inteira. Em Portugal, uma pesquisa da Sociedade Bíblica diz que menos de 10% dos cristãos leram toda a Bíblia (o que não deve ser muito diferente daqui).

Não quero dizer que a simples leitura da Bíblia faz com que a pessoa seja estudada, mas se as pessoas sequer sabem o que está escrito nela, jamais poderão dar uma opinião com base nela, especialmente quanto a assuntos complexos da atualidade. Tudo o que dirão será na base do achismo, na melhor das hipóteses, baseando-se em uma pregação que tenham ouvido.

Se as pessoas não recebem (e buscam) o conhecimento, a educação (ainda que informal - desde que séria) até podem ler textos bíblicos, mas jamais saberão aplicá-los a sua vida e ainda poderão relativizar ensinos que não deveriam ser relativizados.

Quantos "cristãos" vejo nas redes sociais propagando textos de "pastores" que não deveriam ter seguidores. Sim, entendo que alguns textos as pessoas compartilham por apreciar determinados pedaços dos textos, mas que no todo nada mais são do que meias verdades. Importante lembrar que meia verdade (dentro de uma perspectiva lógica) nada mais é do que uma mentira. Ou numa prova de concurso (por exemplo) que no meio de uma frase correta colocam um "não" marcaremos verdade porque se o "não" não estivesse ali a frase seria verdadeira?

Muitos aderem a fé que leva a conseqüências muito além do que veem. Isto somente acontece porque as pessoas, hoje, não querem pensar, desejam apenas se enriquecer, sem ter trabalho, tirar boas notas, sem estudar...

Há uma ou duas gerações atrás, tínhamos pessoas simples, humildes (no que se refere a estudo), mas que conseguiam compreender uma linha de raciocínio, que conseguiam ver a conseqüência de determinados pensamentos. Hoje, dificilmente vemos alguém , ainda que tenha mestrado, doutorado, pós-doutorado, que consiga analisar um pensamento, uma ideia e ver além do que está na parte rasa.

Não é a toa que muitos "cristãos" estão compartilhando em suas redes sociais textos, como o que vi hoje, no qual um não-cristão escreve como se fosse Jesus e diz "Soube que vocês estão me esperando voltar à terra. Más notícias, pastor.Já voltei algumas vezes. Vocês é que não perceberam. Na Idade Média, voltei prostituta e cristãos me queimaram. Depois voltei negro e fui escravizado -os mesmos cristãos afirmavam que eu não tinha alma. Recentemente voltei transexual e morri espancado."

Sim, eu sei que o texto é contra a violência contra prostitutas, negros e transexuais/homossexuais. Mas é um texto anti-bíblico, já que, de certa forma, diz que nossa crença de que Jesus voltará para levar os seus não existe. Não, isso não está expresso, mas implícito.

Não-cristãos publicarem e compartilharem textos como esses é normal. "Cristãos", não. Antes que digam algo, não sou a favor de da violência contra esses do texto. 

Encerro dizendo que todos tem o direito a uma educação de qualidade. Deveríamos ter, mas já que não temos, é dever dos cristãos buscar estudar. A melhor forma é utilizando a proposta da EBD (inicial de sua criação), ler o texto bíblico buscando compreendê-lo e buscar fontes saudáveis e confiáveis para sua interpretação. 

Isso nos auxilia a estudar história, geografia, português e ciências. Sim, isso mesmo. Para uma interpretação adequada, precisamos saber o panorama histórico dos livros, a geografia dos lugares (leia o Salmo 121 e tente imaginar a geografia do lugar em que foi escrito), ao ler as palavras nos ajuda no português e a ciência nos mostra eventos como a criação do homem (nesse link dá pra se ter uma idéia). 

Estude, corra atrás do que você não teve (se é que não teve). E leia a Bíblia.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Renovação da fé?

Muitos teólogos e até pastores, hoje em dia diante de uma teologia liberal/científica resolveram abrir mão de seus pressupostos de fé em nome de uma fé supostamente fundamentada, inteligente e inteligível. Todavia, não apenas não manifestam sua adesão a nova teologia (Não Bíblica), bem como, adotam discursos belos de bondade para com o próximo, diálogo com todos os credos de forma a igualar os conhecimentos, isentando a todos da detenção da verdade. O problema é que, infelizmente, esses ou não veem as consequências de seus novos pressupostos ou, pior, não os querem enxergar e sequer os aceitam quando confrontados. Alegam, também, que os fundamentalistas (seriam os que se fundamentam na Palavra, não é isso???) são radicais e apenas enxergam o que bem lhes interessam, utilizando-se do texto bíblico de maneira indevida.

Preciso dizer que, assim como o pastor e teólogo Augustus Nicodemus também entendo que essa isenção, "imparcialidade que os liberais têm" não existe. Em seus discursos a verdade está com todos, e com ninguém. Ninguém pode questionar a fé do outro sob pena de ser o detentor da verdade. Neste discurso a única verdade absoluta é que não há verdade absoluta (contraditório não?).

Com isso não quero dizer que por se dizer cristão, evangélico, ou como queira se autodenominar, a pessoa tem o direito inato de humilhar o próximo por esse não ser detentor da verdade e "ser um tolo por crer em mentira". Quem crê em algo não crê por saber ser errado, mas por enxergar naquilo a verdade. O respeito é necessário. E mais, eu diria que o mandamento de amar ao próximo (tanto no AT quanto no NT) se expressa nesse caso ao saber falar com amor e respeito. É através do testemunho e confiança que ganhamos que podemos expor nossas crenças sem atacar a do outro.

Como bom calvinista digo que pregar as Escrituras para quem estiver a nossa volta é necessário, mas se a conduta não condizer com o que alegamos crer, será tudo em vão. É Deus, através de seu Santo Espírito quem convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Devemos abrir a boca para pregar, mas sem sabedoria no uso das palavras apenas produziremos ódio ao Evangelho e aos cristãos. Santo Agostinho, por exemplo, se converteu sem ninguém ao lado lhe dizendo que estava errado. Apenas lendo a Bíblia o Espírito Santo o convenceu do pecado (isso não nos exime de pregar as Escrituras).

Quero alertar a todos que creem na Bíblia como Palavra de Deus inerrante a não aceitarem discursos que contradigam os ensinamentos que nela existem. Tenho visto muitos teólogos "cristãos" que usam discursos belos, acolhedores para com todos, mas que na base deles contradizem princípios bíblicos. E digo mais. Gente estudada, com alto nível de conhecimento científico, mas que abandonou a fé e tem tido muitos seguidores (tanto das redes sociais quanto na vida real).

Por fim, uma recomendação. Prestem atenção aos sermões, às postagens e até as falas mais simplórias. A fé renovada não é aquela que é atualizada por completo dia a dia, mas aquela que acolheu os 5 pontos da reforma: Sola Fide (somente a fé genuína é capaz de salvar o homem -  não há obra que colabore ou salve, ela é mero reflexo da fé) Sola Scriptura (somente a Escritura é fonte de fé e prática, e não filosofias diversas), Solo Christus (somente Cristo salva o ser humano - todos são pecadores, cristãos ou não), Sola Gratia (apenas pela graça de Deus somos salvos - não há em nós mérito ou bondade) e Soli Deo Gloria (toda glória deve ser dada a Deus, jamais a homens ou quaisquer outros seres criados). Sempre analisem todas as postagens, sermões, etc com a Bíblia aberta. Para isso, também é necessário lê-la constantemente e por completo.