terça-feira, 24 de novembro de 2015

Possibilidade de terceira opção

Hoje em dia, as pessoas têm inventado uma terceira opção para tudo. Não há mais certo e errado, há certo, meio-certo e errado; sim e não passou para sim, não e nem um dos dois...Por que isso está acontecendo? Porque as pessoas não aceitam estar erradas, não querem se comprometer. Uma pergunta simples que caberia uma resposta de sim ou não pode ter uma resposta do tipo "depende". Ou uma resposta que ao final perguntamos "isso é ou sim?" A resposta é "não". Confirmando, perguntamos "então é não?" A pessoa nos diz "olha, não é um sim, mas também não é um não". 

Dizer que o outro está errado é algo que tem sido visto como ofensivo. Sem desejo de dizer sim, mas sem coragem pra dizer não muitos dizem "talvez", "depende" ou tantas outras opções. O problema é que as Escrituras nos instruem que só há duas opções na vida "certo ou errado", "luz ou trevas", "sim ou não", "céu ou inferno". São muitas as passagens, Mateus 5.37, Efésios 5.8, Mateus 12.30,  Lucas 11.23, Josué 24.15, Mateus 6.24, Lucas 16.13...

Os "cristãos" deixaram de seguir a Bíblia. Sem ela como regra de fé e prática tudo o que resta são as invenções humanas. A falta de amor nos leva a permitir que as pessoas pensem e façam o que desejarem por acharmos que amar é a tolerância sem possibilidade de avisar aos outros sobre seus erros. Provavelmente muitos já ouviram alguém dizer que Jesus foi a pessoa mais tolerante que já existiu. Concordo! Todavia, precisamos diferenciar tolerância com passividade. A forma mais fácil de perceber a diferença é com o exemplo de um pai que tem um filho que constantemente apronta. Se o pai vê o filho fazer algo errado e simplesmente ignora o erro do filho, finge que não há nada de incorreto ele é alguém passivo, que não demonstra amor, não corrige. Se o pai ao se deparar com uma situação como essa vai conversar com o filho e mostrar o erro, isso é um exemplo de tolerância. A intolerância seria o pai partir para cima do filho e agredi-lo por ter cometido o erro, sem sequer dar a chance de saber o motivo que levou o filho a agir daquela maneira.

A tolerância, seja religiosa, seja moral, ou no sentido que for, só existe se há a possibilidade de diálogo, de aceitar. Importante dizer que o aceitar não significa concordar com o outro ou com a atitude do outro, mas não fazê-lo mudar a força. Pode-se dizer que a tolerância, no sentido popularmente dito, é uma via de mão única. Quem pede tolerância ao outro, geralmente, é o intolerante.

Se Jesus era extremamente tolerante, no sentido popular, ele JAMAIS diria que "é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus." (Mateus 10.25), nem teria expulsado os vendedores do templo.

Uma música do Fruto Sagrado é bem clara quanto a aceitação do sim e não concomitantemente: 

Mais uma vez o mundo mudou de século,
Pra variar quase nada mudou
Porque o quase não muda nada
Por que quase não é nada, meu amor
O quase ainda não aconteceu
Não funciona, não faz diferença
Tá quase lá, tá quase, falta pouco
Termina logo ou vão passar o rodo
Quase pode ser a derrota
A impotência, a estrada torta
Pode não acontecer nada
Como nadar e morrer na praia
Quase chega sempre atrasado
Ele não vence, não é exato
É patético, é lamentável
É a desculpa dos fracassados

Quase não satisfaz
Não satisfaz ninguém
Quase não satisfaz ninguém

Quase não é
Ainda não existe
É incompleto é inacabado
Não terminou, por isso é quase
Faça sua escolha antes que o tempo acabe
Não existe quase homem, quase mulher
Quase santo, quase livre, quase sal
Não existe quase virgem, quase fiel
Você é quase humano ou um animal?

Não existe quase sorte
Não existe quase gol
Não existe quase morte
Não existe quase rock'n roll
Só o medíocre gosta do quase
Porque o medíocre é quase alguém.

O quase não existe e se não existe só há um fim para ele, não existir.