segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Críticas públicas aos "cristãos"

Em nossos dias é fácil ver pessoas de diversas ordens religiosas criticando as práticas cristãs. Mais do que isso, os próprios "cristãos" estão criticando suas práticas. Sim, essa prática não é recente, mas uma vez que para os não-cristãos toda religião que se autodenomina cristã isso não deveria acontecer como tem acontecido, especialmente na era das redes sociais e comunicação global instantânea.

Isso não significa que eu apoie uma teologia louca, que não reflete no que está sendo dito ou pregado. De forma alguma. Isso significa que os cristãos apenas estão publicamente boicotando sua fé, já que ao curtir / compatilhar / publicar postagens que apenas denigrem a imagem que as pessoas em geral têm dos cristãos, estão confirmando que o que elas pensam do evangelho e de seus seguidores está correto.

Vale ressaltar que muitas vezes nas postagens que se compartilham estão heresias que estamos indiretamente apoiando quando as passamos adiante. Com certeza alguém vai dizer: "você está exagerando" ou "compartilhei pois concordo com a afirmação principal da postagem e não com o que VOCÊ viu a mais nela". O problema é que no momento em que fazemos isso estamos, de certa forma, aderindo a um "contrato de adesão". Nele, por exemplo, contrato a TV por assinatura, mas estou concordando também, ainda que mentalmente não, a prestação de um serviço x que não me interessa. Isso necessariamente é espalhado para todos que têm acesso. 

As pessoas vão absorver a heresia imposta na publicação sem sequer tomar consciência, é como as mensagens subliminares de desenhos. Quem vai assistir a um desenho com essas mensagens não tem por desejo absorver essas mensagens, apenas quer se distrair com um desenho, mas são contaminadas pelas mensagens por trás dele.

Desde o início da cristandade os teólogos escreveram cartas, tratados e demais escritos para denunciar heresias pregadas por líderes religiosos que interpretavam a Bíblia a sua maneira ou que a submetiam tradições ou outros livros. Havia esse tipo de crítica ao que era pregado, mas é importante destacar que essas críticas não tinham o condão de denegrir os cristãos, bem como eles não eram vistos pelos demais como um bando de loucos que crêem em qualquer coisa ou que têm crenças e práticas iguais a outros que são criticados por eles.

Sim, a prática e teologia de diversas "igrejas cristãs" hoje estão completamente longe daquilo que é o evangelho, mas isso não significa que o Cristianismo é apenas uma religião falida. A verdade é que a igreja cristã precisa, novamente, de uma reforma, de cristãos verdadeiros comprometidos com as Escrituras, para que tanto a teologia como a prática (que nada mais é do que a teologia vivida no dia a dia) seja demonstrada para as pessoas.

Com reforma não quero dizer remoldar a teologia que recebemos de nossos pais, não é reconstrui-la a partir dos conceitos da pós-modernidade, mas voltar a seus fundamentos, voltar a 2.000 anos atrás ou pelo menos a 500 anos quando os reformadores reconceberam a doutrina cristã. Isso implica, necessariamente, também, em termos pastores que preguem de acordo com a Bíblia (e não pregar a Bíblia de acordo com seus valores), termos seminários para formar pastores que reconheçam a autoridade das Escrituras (e não querendo validar as Escrituras quando elas coincidem com "sua autoridade), ter cristãos que lêem a Bíblia e nela meditam de dia e de noite (e não que meditam em suas filosofias, crenças, etc e às vezes lêem a Bíblia - apenas a parte que entendem ser válidas).

A Bíblia deveria ser a nossa regra de fé e prática. Deveria ser nosso livro de cabeceira. Infelizmente para essa geração no máximo tem sido o "livro chato" que é lido no meio do "louvorzão" e que atrapalha o clima, que é usado "indevidamente" para condenar práticas tão aceitas hoje, que deveria deixar de existir ou ser reinterpretado por ser politicamente incorreto.

Finalizo criticando os "cristãos" que criticam cristãos. Se eles não se identificam com a igreja cristã (inclusive pastores, sim isso é verdade), eles deveriam criar seu próprio grupo, abandonando a nomenclatura "cristãos" ou repensar suas crenças e práticas a luz da Bíblia. Infelizmente é um discurso exclusivista, mas o próprio Jesus disse "quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. (Lc 11.23).

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